A Pastelaria filmes anda inspirada e por isso estamos lançando sempre novas colunas, essa semana é hora de vocês conhecerem a “Recheio de Pastel”, a coluna que vai focar nos personagens e não nos atores.
Para começar a coluna resolvi escolher um personagem secundário, interpretado por um ator que não chegou a ser um astro do cinema e que ainda já morreu e vocês provavelmente não devem conhecer.
O filme em que esse personagem aparece é o famoso “Estranho no Ninho”, um clássico, que tenho prazer de ter em minha coleção, além de um elenco fenomenal com Christopher Loyd, Danny DeVito e Jack Nicholson. O personagem em questão não é interpretado por nenhum deles, e sim pelo desconhecido Will Sampson, um nativo-americano enorme que serviu perfeitamente no papel de Chefe Brondem, assim como anos depois Michael Clark Duncan seria perfeito para fazer John Coffey em “A Espera de um milagre”
A grande diferença do livro escrito por Ken Kesey está exatamente no Chefe Brondem que no livro é um personagem central, já no filme esse papel cabe a R.P. McMurphy (Jack Nicholson), porém a essência do personagem é a mesma. Em ambos os casos acompanhamos a presença do Chefe, como um paciente catatônico do hospital que é considerado surdo e mudo por todos. Inclusive o escritor não gostou do filme por ter focado somente no personagem McMurphy e não no Chefe.
Creio que a principal função do personagem é mostrar um paralelo com uma sociedade apática, que cansada de reagir se mostra neutra ao mundo e fica escondido no seu próprio universo para não se envolver; por diversas cenas vemos essa sua indiferença, porém assim que a presença de McMurphy começa a trazer todos os pacientes de volta a vida, o Chefe também acaba sendo tocado e acorda do seu estado de apatia.
O que mais acho mais interessante no filme, e a opção por viver isolado para fugir do ambiente em que vive, e aos poucos ele é trazido de volta a sociedade, no livro uma referência muito boa é feita, quando chefe diz a McMurphy, que já foi grande um dia, mas que encolheu ao longo dos anos, assim que a convivência entre os dois crescem ele vai se sentindo maior e maior.
O final um dos mais tristes, vemos o Chefe libertando ele e McMurphy do hospital, cada um de sua forma. Essa cena mostra a evolução final do personagem e seu total crescimento como pessoa.
Uma referência legal ao personagem é nos apresentada em dois episódios dos Simpsons, em um deles Barney, o melhor amigo do Homer, tenta sufocá-lo após ele recusar uma cerveja, já em outro episódio vemos um índio destruindo a janela do hospital com um bebedouro.
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