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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

PASTEL DA SEMANA - João Neroni

Posted by Pasteleiro On 11:30 0 comentários

Vamos começar mais um Pastel da Semana, o convidado de hoje é o João Neroni

Quem é:
João Neroni
46 anos
Economista e Publicitário
Hobbies: Esportes, Cinema e Culinária
Executivo de Contas da NucleoTCM


UM FILME BOM QUE RECOMENDA:

Reflexões de um Liquidificador – Brasil – 2010
Direção: André Klotzel
Elenco: Ana Lúcia Torres, Selton Mello, Fabíula Nascimento, Aramis Trindade, Germano Haiut, Gorete Milagres, Marcos Cesana e Zecarlos Machado.





Sinopse
A história de Elvira, uma dona de casa, é contada por seu liquidificador, que também gosta de fazer filosofias em torno das coisas e das pessoas. A ‘vida’ do eletrodoméstico começa a partir do momento em que Onofre, marido de Elvira, substitui a hélice do copo do liquidificador por uma peça bem maior. E Selton – ou o liquidificador – começa a perceber e analisar o comportamento humano na trajetória dos personagens que tentam superar dificuldades financeiras e o fechamento da lanchonete que era o sustento do casal. Além de ‘pensar’, o liquidificador, em determinado momento, começa a conversar com Elvira, que estabelece com ele uma relação de confiança





Opinião

Quando vi o título do filme e o nome de Selton Mello imaginei que pudesse ver algo diferente e interessante. Como sou um curioso, não resisti e fui assisti-lo. Fiz questão de ir a um cinema de rua, sem a balburdia costumeira das áreas de alimentação “shoppisticas”. Assim como fazia nos velhos tempos.

Ainda dei a sorte de este filme fazer parte de um projeto especial do Klotzel com outros autores brasileiros. Antes de Reflexões de um Liquidificador, era exibido um curta-metragem nacional e curto espetáculo de stand-up comedy. Pensei: se o filme for ruim, ao menos a experiência será boa.

Para minha surpresa, o filme foi ótimo. Um enredo surreal no roteiro do José Antonio de Souza, onde um liquidificador (com a voz de Selton Mello) toma vida a ter sua hélice trocada e começa a filosofar, passando a ter um relacionamento de amizade com sua dona. O roteiro me remeteu aos filmes de Jean-Pierre Jeunet (Delicatessen, O Fabuloso Destino de Amèlie Poulain). Mundo fantástico com um humor negro inteligente. Não sei e nem me interessa saber o porquê, este equipamento elétrico começa a pensar. Isso não importa.

Importa que, aos poucos, o liquidificador toma conta da tela e você já nem lembra do Selton e só vê e imagina o eletrodoméstico dialogando, debatendo, racionalizando, contato histórias... Notamos a cumplicidade que se estabelece entre Dona Elvira (a ótima Ana Lúcia Torre) e o Liquidificador (nem dá mais para chamá-lo de liquidificador). A personagem é viva. A história do filme transcorre num bairro de classe média paulistana, o que nos aproxima muito das personagens: o carteiro, a vizinha, o investigador, o segurança da empresa, a dona de casa.

A boa direção de André Klotzel (de A Marvada Carne) liquidifica com sabor e talento todos estes elementos e nos apresenta uma pequena delícia cinematográfica.Vale a pena assistir a este filme, pois ele consegue nos extrair o riso de forma simples, mesmo que cause um desconforto e estranheza pelo forma como os fatos acontecem.



UM FILME QUE NÃO RECOMENDA:

Fim dos tempos (The Happening) – 2008 – 91 minutos
Direção: M. Night Shyamalan
Elenco: Mark Wahlberg, Zooey Deschanel, John Leguizano, Ashlyn Sanchez





Sinopse
De repente, estranhos suicídios e homicídios ocorrem em várias cidades dos Estados Unidos sem causa aparente. Estes eventos coincidem em alguns pontos: desafiam a razão e chocam pelo inusitado da forma, seguindo uma forma de dominação geográfica do país. Sem entender o que acontece, o professor Elliot Moore (Mark Wahlberg) apenas quer encontrar um meio de escapar do misterioso fenômeno. Ele e sua esposa Alma (Zooey Deschanel) estão em plena crise conjugal,mas resolvem partir para uma região do país ainda isento do fenônemo. Juntamente com Julian (John Leguizamo), um professor amigo de Elliot, e Jess (Ashlyn Sanchez), a filha dele de 8 anos partem para a Pensilvânia. Lá eles acreditam que estarão a salvo, o que logo se mostra um equívoco.



Opinião

A evolução tecnológica da Humanidade avançando sobre a Natureza terá uma resposta desta última? O diretor de O Sexto Sentido tinha tudo para fazer de Fim dos Tempos um ótimo filme, com uma ideia até certo ponto, bem original, afinal a Natureza ganhando vida e se voltando contra o Homem, de forma inteligente, é algo diferente nos filmes apocalípticos.

Entretanto, ele se perde no ego, tentando ser mais inovador que a própria inovação. Um filme repleto de clichês, atores mal dirigidos e roteiro cheio de falhas, sugere que o diretor Shyamalan se empolgou com seu sucesso e esqueceu-se de dirigir o projeto.

A única coisa que presta no filme é a trilha de J. N. Howard, que conseguiu transmitir uma sensação tétrica, ao farfalhar das árvores balançando ao vento. Digna das melhores trilhas dos filmes de suspense e terror.

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