1994 foi um ano trágico para a música, morria Kurt Cobain uma espécie de líder de uma juventude que se recompunha dos coloridos anos 80 e adentrava os anos 90 com um soco na cara chamado Nevermind.
No mesmo ano a música pop voltava a reinar nas paradas (o rock alternativo tomou de assalto o começo da década), Mariah Carey, Boys II men, Celine Dion entre outros jogavam restos do R&B reciclado e montado para brancos na casa dos seus 30 anos nas rádios.
Ano ruim hein?Não em seu todo, pois da Inglaterra ouvimos os absolutos ParkLife(Blur), Definitely Maybe(Oasis) e nos EUA o Pearl Jam lançava um dos melhores discos de Rock dos anos 90 e infelizmente muito injustiçado.
Imagina você lançar o seu primeiro disco e ele calhar de ser o Ten, deve dar uma pressão e um medo dos infernos, e quando a banda em questão resolve lançar em seguida o bom e cru Vs. um clássico instantâneo graças em partes a Daughter, Rearviewmirror e a soberba Animal, o que fazer no seu terceiro trabalho num ano semi trágico?
Vai para o estúdio e grava uma pérola do rock e assim o Pearl Jam pariu Vitalogy!
Começando pelo rockão Last Exit e seguindo com a punk Spin the Black Circle o álbum é um verdadeiro ode ao rock, não importa se feito numa garagem em Seatle ou em Manchester.
Como se não quisesse que o ouvinte respirasse a banda manda em seguida Not for you, aí amigo, é jogo ganho você já tá cantarolando,batendo o pé e pegando amor pelo disco.
Baladas?Sim, tem as semi românticas Corduroy e Better man que cumprem um papel “quase” que radiofônico, disse QUASE, pois nessa época a banda resolveu rachar com inúmeras empresas, incluindo algumas rádios e a toda poderosa MTV.
Até hoje muitos criticam Eddie Vedder e Cia por isso, mas me diz quem tem saco roxo hoje em dia de tomar uma atitude dessas?Ninguém, isso porque a emissora é quase uma instituição falida nos tempos atuais.
Sons estranhos como Bugs, Aya Davanita dão um toque experimental ao disco, fato que seria levado mais a sério no também incompreendido No Code.
Vitalogy é um corpo estranho nos primeiros discos do Pearl Jam, não tem o apelo do Ten e Vs. e nem a estranheza do moedor de carnes chamado No Code, mas carrega em si uma banda ávida por mudanças e novos ares, por isso merece ser ouvido com carinho, quem aderir a essa missão será recompensado com um belíssimo trabalho, um clássico obscuro!
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