“E o Vento Levou” é um dos filmes mais clássicos e mais premiados de Hollywood, que eu nunca tinha visto, embora estivesse na minha lista dos grandes que precisava ver. Sempre tive receio em vê-lo devido a sua extensão e também por uma certa ilusão de uma história pouco atrativa, ainda com um enredo que parecia muito chato.
A história do filme acompanha a saga de Scarlett O'Hara , uma menina rica e mimada que passa por diversas situações em sua vida, enquanto busca o amor de um homem casado com sua melhor amiga.
A minha ilusão sobre o longa foi caindo aos poucos, quando fui conhecendo um pouco a personalidade de Scarlett O'Hara (Vivien Leigh), uma mulher independente e muito ousada para época. Afinal, estamos falando de um filme exibido em 1939, e que era ambientado durante a Guerra Civil Americana, tornando no mínimo audaciosa a postura de mulher que faz tudo para ter o que quer. A protagonista é surpreendente, para se ter uma noção ela manipula diversos homens, engana vários, trai irmãs, amigas e os maridos, além disso em certo ponto chega a praticamente a insinuar que ofereceria o corpo em troca de dinheiro, o que na minha visão a torna extremamente interessante, exatamente por ter esse foco tão estranho a época.
Os outros protagonistas já estão dentro do comum da época. Temos o galante e cafajeste de bom coração Rhett Butler interpretado de maneira muito eficaz por Clark Gable, o certinho e disputado Ashley Wilkes (Leslie Howard) e mulher de coração puro Melanie Hamilton Wilkes (Olivia de Havilland).
O filme é longo, porém para mim não pareceu cansativo, com cortes de câmera muito bons e um roteiro que mostra realmente a necessidade das quase 4 horas de duração, afinal podemos desta forma construir de forma eficaz um retrato de todos os personagens envolvidos na trama o que torna tudo mais real e cativante.
As maiores falhas do filme são a de se basear em um relato superficial sobre o tratamento com os escravos. Em "E o Vento Levou" somos levados a crer que ser escravo era uma coisa comum, até mesmo o tratamento dado aos personagens negros e de um afeto incomum a época. Um claro exemplo de que a linguagem do filme era superficial foi o tratamento dado a premiada Hattie McDaniel, que interpreta a personagem Mammy. Ela ganhou o Oscar de atriz coadjuvante por sua participação no filme, mas não pode ir a cerimônia por sua cor, além disso não teve seu desejo de ser enterrada no Cemitério de Hollywood pelo mesmo motivo.
Apesar de suas pequenas falhas, “E o Vento Levou” é um clássico e merece ser visto e revisto por todos os admiradores do cinema. Porém, adianto, não espere uma história de amor melosa, afinal aqui a linguagem é mais real e nem sempre a felicidade está por aqui como a frase final e clássica do filme nos demonstra.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
FRITOS NA HORA - E o vento levou
0 comentários:
Postar um comentário