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terça-feira, 31 de julho de 2012

PINGANDO ÓLEO - Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)

Posted by Pasteleiro On 10:00 0 comentários

Prezado leitor, nas próximas linhas darei a minha opinião sobre o filme Batman O cavaleiro das trevas ressurge tentando ao máximo evitar spoilers, caso escape um ou outro peço desculpas. Tudo explicado e apresentado vamos ao review do filme...

Quando assumiu a franquia Batman o diretor Christopher Nolan pegou uma bomba que era um personagem fragilizado e sem rumo devido aos “assassinatos cinematográficos” feitos pelo inconsequente Joel Schumacher e ao contrário do ótimo Jon Faverau que partiu do zero e pode montar o personagem Homem de Ferro conforme a sua vontade ou respeitando o desejo dos fãs, Nolan teve a dura missão de dar start a um projeto que muitos na época classificavam como um grande barco com buracos sem conserto.

Para não desagradar começou buscando Christian Bale, um dos melhores atores de sua geração e que como bem lembrou uma vez o New York Times, com feições próximas a de Michael Keaton o único ator que quase 90% dos fãs do homem morcego gostam, segundo passo foi montar uma trilogia, respeitar a saga de Dark Knight e buscar em textos mais clássicos e menos óbvios das HQs do Batman a base para seus filmes.





Depois de planejado sai Batman Begins, um filme sério, escuro e que não fez concessões a nada, não tinha cores comuns a filmes de super heróis e era muito “adulto” para o mercado e talvez por isso teve um impacto enorme levando fãs a respirarem com alivio e calma, outro fator é que ao invés de apostar no Coringa, Charada ou Pinguim, vilões clássicos, porém batidos, Nolan usou Ra´s Al Ghul que era pouco conhecido do grande público, mas totalmente coerente à trilogia que viria a se desenrolar.

Dark Knight trazia em sua essencia o confronto entre o certo e o errado, convivencia entre a ordem e o caos e a necessidades da coexistencia de todos esses fatores e tudo isso através dos embates entre Batman e Coringa, que ai foi agraciado com um elenco sublime tendo Aaron Eckhart como o Duas Caras e Heath Ledger dando uma versão definitiva ao cinema do principal inimigo do homem morcego.

Nessa segunda parte Nolan optou por inserir duelos morais e filisóficos ao filme, o que o deixou mais forte e pesado que o seu antecessor.

Com o sucesso arrebatador de critica, público e dos fãs do universo DC era quase normal à pergunta - E aí como vai terminar tudo isso? Como Nolan dará um desfecho à série? E esse desfecho, deixa espaço para outros filmes?

Aos poucos, nos trailers e nas entrevistas era possível ver que as respostas não viriam tão facilmente e que o espectador teria que decidir por si só se aquilo era o fim ou não.

Com 15 minutos de filme e recheado de ação é jogado na cara quem é Bane o que ele quer e o que fará de forma rápida, direta e a seco sem explicações em excesso.

A escolha do vilão Bane foi acertadissima ainda mais com o elo referente ao primeiro filme e que se desenrola ao longo de O Cavaleiro das trevas ressurge.

Personagens dúbios (tanto no bom quanto no mal sentido da palavra), como Miranda Tate e Blake, geram a desconfiança, fazem da história uma eterna linha fina sem segurança para se dizer “fulano é isso e ponto”, não, ali tudo tem que ser emiuçado.

Se no segundo filme a discussão era a convivencia entre a ordem e o caos, nesse vemos a discussão a aberta entre a sociedade falida e sem moral, mas que bate ao peito que mantém a ordem e os bons costumes, ou seja, a limpeza que estabelecemos com nossa justiça e idéias do que é certo ou errado nos lima do mal ou simplesmente o joga para debaixo do tapete?




Todos são iguais não somente a lei, mas principalmente perante a sociedade? Dinheiro move o mundo ou o mundo move questões financeiras? Alusões aos Occupys da vida são pingados de maneira delicada, quase que invisíveis, mas que a um olhar mais atento perceberá o esmero dos roteiristas em aproximar Batman o máximo possível à realidade.

Em termos de direção e atuação o que Dark Knight rises oferece é um primor no dito cinema de ação, Bale vai mais ao psicológico e limites fisicos de seu personagem fato mais intensificado na segunda metade do filme.

A atriz Anne Hathaway dá uma cara diferente a Selina Kyle, sensual sem ser vulgar e blasé, porém viva e com isso a moça espanta qualquer tipo de desconfiança e aí me coloco no grupo de desconfiados que se calou ao ver a bela atriz em ação, já Tom Hardy fez algo dificil a um ator, trabalhou muito mais o corpo do que a face e assim fez de Bane um ser inteligente que ao tomar determinadas atitudes demonstra com seus musculos seus sentimentos.




Já na direção Nolan dá uma aula de como ser coerente a tudo que foi pregado ao longo de um projeto, direção afiada que em muitos momentos usa de artificios para inserir cenas, dialogos e até personagens passados. O que talvez mais tenha me surpreendido ai foi o uso de cenas sem músicas “estouradas”, em uma das cenas de ação temos a ausencia de músicas e somente os sons propagados por socos, chutes, diálogos e sofrimento.

O cavaleiro das trevas ressurge dá um final dignissimo a trilogia e deixa questinamentos pesados, pois assim como fez em Inception, Nolan não quer respostas facéis prefere deixar aos fãs as dúvidas e assim fazendo com que os mesmos reflitam se aquilo ocorreu ou não, se poderá ter uma continuação ou não, será que teremos outra trilogia ou não...




Ao terminar o filme é sensação é de chegada em casa, como se estivessemos partido em uma viagem longa que em muitos momentos foi escura e sem rumo, mas que ao final foi linear e extremamente satisfatória isso tudo graças ao Sr. Nolan que resolveu assumir um barco dito sem conserto...









Escrito por Rodrigo Moia

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