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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

PINGANDO ÓLEO - Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) (2014)

Posted by Pasteleiro On 12:50 0 comentários

Fui assistir ao filme “Birdman” com a expectativa muito alta. Do mesmo criador da famosa trilogia da vida (“Amores brutos”, “21 gramas” e “Babel”), o diretor Iñarrito é famoso pelos filmes bem trabalhados em tramas múltiplos e um teor dramático pesado, e é essa somatória de características que me fizeram fã deste, aumentando ainda mais a ansiedade por assistir a tão citada nova obra.




Birdman conta a história de Riggan Thomson (Michael Keaton), um ator que ficou famoso pelo papel do super-herói Birdman, mas que após recusar atuar em uma de suas continuações, cai em esquecimento do público e vê sua carreira decaindo cada vez mais. Anos depois, tentando reerguer seu nome, resolve adaptar, dirigir e atuar em uma peça da Broadway, onde vive num ritmo enlouquecedor juntos dos outros atores Mike Shiner (Edward Norton), Lesley (Naomi Watts) e Laura (Andrea Riseborough). Além disso, precisa aprender a conviver com sua filha Sam Thomson (Emma Stone) e sua mulher Sulvia Thomson (Amy Ryan). Toda essa loucura embalada pela estranha voz que age como uma consciência auto indagadora.




Porém, acredito que a publicidade impactante do longa, que conta até mesmo com comerciais na entrada dos vídeos do youtube onde o protagonista Michael Keaton caminha embalado pela música Crazy do Gnarls Barkley, teve um papel fundamental na sensação de decepção que senti na subida dos créditos. Isso porque a apresentação da obra era repleta de cenas marcantes, de imagens que mostravam Keaton sendo seguido por um grande homem vestido de pássaro, ou momentos de grande conflito interno que beiravam à insanidade num ritmo frenético, dando a entender que o filme teria muito mais desse ingrediente e frequência rítmica do que, de fato, nos foi apresentado.




Não me entendam mal! Não acho que o filme seja ruim, longe disso, a criatividade do diretor tanto no trabalho do roteiro quanto nas técnicas utilizadas em sua direção foram bem singulares e, no mínimo, muito interessante, porém acredito que o grande pecado tenha ocorrido no conflito propaganda x obra.




Por fim você me pergunta: - Mas Luiz, devo assistir Birdman. E eu te respondo: - Sim, deve!. Todavia, não espere o mesmo gênero dos outros filmes de Iñarrito, e aperte o play com a consciência de que Birdman é um filme difícil de se acompanhar sem o poder de abstração da realidade.


Escrito por Luiz Fernando Pierotti

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