Voltamos hoje com o pastel da semana, um pouco atrasados mas ainda quente, o convidado especial de hoje é o meu amigo Daniel Fazzio.
Quem é: Daniel Fazzio é pai (do Mário), publicitário, mágico profissional, escritor (dois livros sobre mágica), músico (num projeto Nelson-Rodrigueano underground), leitor ávido, formado em Letras e eterno apreciador de rum.
Recomendo:
Acho que filme que marca a gente é aquele faz a gente entrar nele de cabeça. A mente desliga da realidade e vai junto, acompanhando as personagens pela trama. Catarse total.
Antes de mais nada, cabe uma explicação: além de publicitário, sou mágico profissional. Por que a explicação? Simples. O filme que recomendo é, para eu para um monte de mágicos que conheço por aí, um exemplo de magia, de encantamento, de fantasia (que é o que todo mágico que encara o que faz como arte deve perseguir).
O filme?
Uma pérola de 1964 com singelo título de “As Sete Faces do Dr. Lao”. É o filme que mais me fez pirar na batatinha quando criança. Vou ser o mais sucinto possível, pois é um filme que recomendo para todos e não quero estragar a surpresa de ninguém ao assistí-lo. Mas alguns detalhes, que não são tão importantes, mas dão uma idéiada loucura do filme: Dr. Lao, chega a cidade de Abalone, no Texas, montado em um burro e trazendo um aquário com um peixe dourado e monta uma tenda circense nas cercanias da cidade.
Olha ele chegando:
Isso já impressiona quem assiste ao filme, pois a tenda, por dentro, é imensamente maior que por fora. O clima de magia, surpresa e também um pouco de bizarria, impera em seu interior. Os personagens principais, todos interpretados por Tonny Randall são (olha a lista, que incrível): Dr. Lao, o visitante chinês, Merlin (completamente desastrado), Apolônio de Tiana (um filósofo grego), a serpente gigante (responsável por uma das melhores cenas do filme), o abominável Homem das Neves, Pan (sim, com sua flauta “boliviana”), Medusa e também um espectador. A interpretação é ótima e roteiro, assim como argumento são espetaculares.
Olha o Pã:
Bizarrão, né?
Como maior exemplo da qualidade artística do filme, (principálmente no quesito literário, pois toda película é um roteiro no começo), além da catarse que ele proporciona, das leituras próprias que podemos fazer e etc, é uma frase, dita no final do filme, pelo personagem Mark: “O circo do Dr. Lao é a própria vida e nele tudo é uma maravilha”.
Recomendo para adultos, pela beleza e pela poesia, para as crianças, pelo maravilhoso entretenimento, puro e encantador que é.
Não recomendo nem que me paguem:
Laserblast.
“Alienígenas na terra”.
Lembra quando os vídeos-cassetes surgiram? Pois é, I´m old, I know. Entonces, nessa época não tínhamos muito onde buscar informações sobre os filmes, a não ser na sugestão do dono da video-locadora ou na própria capa do filme. Junte-se isso ao horário político, um parente com péssima percepeção de qualidade e conhecimento nenhum de cinema, uma locadora vagabunda de bairro e pronto: você, quando menos espera, está assistindo a Laserblast, uma bomba de m#@$# em forma de filme.
Sério. Nunca um filme antes tinha feito eu sentir “vergonha alheia” do começa ao final. Vergonha do roteirista, do diretor (nem parece que tem), dos atores, dos técnicos em efeitos especiais e de todo mundo que participou desse crime. Sério, terrível. Nunca assisti um filme que desejei tanto que acabasse logo.
Péssimo. De mal gosto. Mal produzido. Um lixo.
Quem me conhece há tempos, sempre me escuta falar desse filme, de tão ruim que é.
Olha a capa:
Isso mesmo. Alienígenas dinossauros de borracha à lá “O elo perdido”. Só falta o Chacka.
Aliens lutam contra um alien mutante e o matam, em pleno deserto de Nevada. Só que esquecem a arma dele lá, um poderosíssimo raio laser. Logicamente, um humano o encontra. No caso, um desajustado adolescente americano, que ao usar a arma, começa a se transformar em um alien e sai por aí, se vingando do mundo em um murderous rampage, como diriam os gringos, ou em um bonde assassino, como diriam os cariocas.
Mas quem sofre é quem assiste.
Duvida?
Bate uns zóio no trailler então e confere a maquiagem, a interpretação, os efeitos especiais e a sonorização (um primor) desta pérola.
Difícil, né? E olha que o trailler não tem nem dois minutos, hein!
Bem, se você decidir se arriscar, pode assistir inteiro no youtube. Não vou dar o link, não. Não quero ser responsável por seus momentos de náusea.
Mas se você é o cara que achava MAD uma revista pra gente inteligente, procure e boa diversão.
0 comentários:
Postar um comentário