Inglaterra, em plena Segunda Guerra Mundial, estamos em um país fragilizado pelos constantes ataques e expansão do exército alemão de Hitler. Apesar das incessantes tentativas do governo britânico, os alemães parecem estar sempre à frente em seus ataques, graças a um tipo de mensagem criptografada que, mesmo interceptada pelos aliados, não podia ser decifrada. Código esse chamado de “Enigma”.
É com esse plano de fundo fascinante que o diretor norueguês Morten Tyldum nos apresenta o personagem principal, Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um matemático de 27 anos que é tido até hoje como o pai da primeira forma de computador existente, tendo através dessa máquina (que até então era chamada pelo seu criador de Cristopher) como o segredo do sucesso em descriptografar o código alemão.
Dentre todos os filmes que assisti nesse “pacotão Oscar”, esse foi um dos três que mais me surpreendeu. Uma história que tinha tudo para ser maçante, se focada nos conceitos errados, foi executada com maestria, fazendo com que um tema tão técnico torne-se uma experiência imersiva incrível em um dos principais acontecimentos do século XX.
Mas não é só de em função de um tema histórico que “O jogo da imitação” sobrevive, ele também se sustenta na história pessoal do protagonista, da relação problemática de Alan Turing com o mundo a sua volta, incapaz de se portar como um cidadão normal devido a uma visível inaptidão social, além da insegurança causada pelo fato de se tratar de um personagem gay em um período em que tal característica era punida com castração química ou prisão, pelas autoridades inglesas.
O elenco, que conta com nomes como Keira Knightley, Mark Strong e Charles Dance se sustenta muito bem e consegue dar credibilidade à história, mas com certeza o grande mérito vai para Benedict Cumberbatch que fez um trabalho espetacular em sua atuação, carregando o protagonista de veracidade em sua problemática pessoal. Benedict, em minha humilde opinião, levaria facilmente a estatueta de Melhor Ator no Oscar 2015, categoria para a qual, obviamente, foi indicado.
O jogo da imitação é um ótimo filme para quem quer aprender um pouco sobre a origem da tecnologia da informação e dos primeiros preceitos da inteligência artificial, assim como para quem deseja assistir a um grande drama pessoal. Não espere entender, tecnicamente o que está sendo construído pelos personagens, o filme não faz menções específicas sobre o funcionamento, e nem seria a proposta para a trama.
Ótimo filme!
Escrito por Fábio Campos
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