Após toda divulgação que a série “Marco Polo” teve como o grande lançamento desse final de ano no Netflix, eu não tive como deixar passar em branco e resolvi acompanhar se realmente era algo muito bom ou se tinha mais marketing em cima do que qualquer coisa.
Pois bem, estrelada por Lorenzo Richelmy que faz o papel de Marco Polo, a série busca contar um pouco da vida desse que viria a ser um dos grandes exploradores do mundo. Antes de falar dos outros personagens, vou dizer um pouco sobre as impressões que tive ao longo dos episódios. No inicio achei que a série teria uma pegada um pouco mais histórica ao estilo “Roma”, por exemplo, porém ao longo do desenvolvimento da trama vi que a ação seria outro recurso muito usado, tendo alguns momentos de luta que lembram até os filmes do Bruce Lee. Essa mistura de artes-marciais, história e uma pitada de jogo de poder, para mim funcionou, mas entendo que não é uma coisa que vá agradar a todos.
Bem, agora que falei um pouco sobre o que achei da construção da série, vou falar um pouco dos personagens, creio que após Marco Polo, que tem o maior tempo de tela e é o protagonista, o segundo mais importante da trama é Kublai Khan (Benedict Wong), que tem uma atuação, a meu ver, bem consistente. Foram diversos os momentos em que mesclei admiração e repugnância em relação ao seu personagem, ele parece seguir a tendência dessas novas séries em que não existe um lado bom nem um lado ruim no personagem, ele é o que é. Completando o elenco, são vários coadjuvantes, nem tantos quanto em “Game of Thrones”, mas um elenco considerável. Dentre todos os personagens vou destacar alguns que achei que destoaram, seja por conta de atuação ou por relevância, Jia Sidao (Chin Han) que se destaca no papel do chanceler da China e que tem um dos hobbys mas legais que já vi, além disso ele tem um perfil manipulador/lutador muito interessante. Se as atitudes de Kublai Khan mesclam bondade a maldade, aqui o caso é a mais pura maldade com ambição. Outro personagem interessante e com potencial para ser o preferido de muita gente é o Cem-Olhos (Tom Wu), um monge cego e lutador, que parece ter saído de um filme do Tarantino tamanho a sua técnica e habilidade.
Além desse três que para mim são os mais interessantes, temos o príncipe Jingim (Remy Hii) o filho mimado do Khan, a imperatriz Chabi (Joan Chen), Byamba (Uli Latukefu) o filho guerreiro do Khan, Yusuf (Amr Waked) o vice rei, Ahmed (Mahesh Jadu) o ministro da moeda e Mei Lin (Olivia Chang), todos com boas participações na trama, e alguns se destacando pela atuação como o caso de Amar Waked que está muito bem no seu papel.
Bom, no geral a série é muito bem produzida, o seu maior problema acho que é o foco, afinal de contas acontecem muitas coisas ao mesmo tempo, e muitos núcleos acabam sendo desenvolvidos simultaneamente. Em “Game of Thrones”, por exemplo, isso consegue ser feito por conta de alguns atores brilhantes, o que funciona até que de maneira quase concisa, em Marco Polo alguns núcleos acabam sendo prejudicados pela limitação dos atores. O próprio protagonista não consegue gerar muita empatia, e creio que os momentos mais interessantes da série se dão pela maquinações de Khan e Sidao que acabam se tornando, de certa forma, os pontos centrais da trama. Os outros núcleos acabam sendo ofuscados por conta disso, e os momentos de romance envolvendo o personagem do Marco Polo, para mim, são os mais desinteressantes, talvez seja por conta da falta de empatia que o casal gera.
Para fechar, devo dizer que recomendo a série, ela não é excelente, mas está no mesmo nível de “Vikings”, por exemplo. Se em “Marco Polo” não existe uma preocupação histórica tão grande e os personagens não estão tão bem construídos, as cenas de ação e lutam e as boas atuações de alguns personagens tornam a série interessante.
Eu gostei e acho que vale a pena dentre as opções no Netflix.
Escrito por Fábio Campos
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