Eu achei que Boyhood ia ser o filme que eu teria de atuar esse ano, sabe aquele longa chato que todo mundo elogia? Pois bem, depois de ouvir um pessoal falando muito mal e outro falando muito bem, resolvi que era o momento (durante as minhas férias) de investir quase 3 horas nesse longa.
O filme acompanha a vida de Mason, desde a infância até a adolescência. O grande diferencial em relação a outros filmes com o mesmo assunto é que o diretor Richard Linklater resolveu faz-lo num esquema tempo real, ou seja, ele escolheu um ator bem jovem e foi acompanhando ele até o mesmo completar 18 anos. O escolhido para protagonista foi Ellar Coltrane, que não é novo assim no meio artístico tendo se envolvido em outros pequenos projetos. Além dele o elenco do filme conta com o parceiro da trilogia do Amanhecer de Linklater, o canastrão Ethan Hawke, que interpreta o pai de Mason, já no papel de mãe do garoto temos a veterana Patricia Arquete. É impressionante de se observar, no caso dela, as transformações que passou ao longo dos anos, inclusive em alguns momentos com o visual que ela tinha na série Medium. Um ponto interessante é que a atriz que faz a irmã do Mason é a Lorelei Linklater, que para quem não notou, é filha do diretor.
Bem, agora que contei um pouco a história do filme e o seu elenco, vou falar a minha opinião que acho que é o ponto chave da resenha. A trama, que é bem demorada, acredito que funciona bem, como disse acima, ela me lembrou de forma resumida o seriado “Anos Incríveis” no qual acompanhar grande parte da adolescência do protagonista Fred Savage, e creio que assim com na série o diferencial do longa são as identificações que ele nos permite fazer, como se lembrar de momentos da vida em que passou situações semelhantes as do protagonista. O que eu acho que estraga um pouco essa áurea do filme é exatamente essa exposição em demasia que algumas pessoas estão fazendo, querendo elevar “Boyhood” e o diretor como geniais, coisa que ambos apesar da tentativa acabam passando longe de ser.
No geral “Boyhood” é um filme interessante, cheio de profundidade com personagens fortes, e apesar de ter uma longa duração, acho que nesse caso existe uma explicação para que isso ocorra. Gostei muito da mensagem que o filme quer passar, não acho que mostrar o mesmo ator durante todo o filme passando por esse processo de amadurecimento fosse essencial para a história, porém tenho que entender o que o diretor quis fazer.
Escrito por Fábio Campos
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