Muitas vezes esbarramos com pessoas comuns em nossas vidas, são aqueles personagens com quem estudamos, trabalhamos, ou somos vizinhos, aquelas a quem nunca damos atenção, e acabam, assim, sendo apagados de nossas memórias por não serem impactantes em nossas vidas.
“A fotografia oculta de Vivian Maier” retrata a vida de uma mulher que pode ser definida como uma pessoa excêntrica e reservada, que durante anos cultivou a arte de tirar fotografias mas que nunca deixou seu trabalho brilhar. Dessa forma melancólica e um pouco triste somos apresentados, nesse belo documentário, à vida de Vivian Maier, uma babá solteirona que durante anos cuidou de diversas crianças, e que tentou mostrar, através de fotografias, um pouco de como enxergava o mundo, e como este a enxergava de volta.
Eu, que sou fã desses documentários que buscam se aprofundar na vida de um personagem, tenho que tirar o chapéu para o belo trabalho de John Maloof, um rapaz que um dia comprou uma caixa cheia de negativos em um leilão e acabou ali encontrando diversas imagens que acabaram se mostrando excelentes trabalhos de fotografia.
Buscando intercalar entre imagens e depoimentos de pessoas que conheceram Vivian, o documentário é bem interessante e sabe explorar todas as faces de sua personagem central. Como ela já havia morrido anos antes, contar um pouco a história de uma pessoa que poucos conheceram se tornou um trabalho árduo, mas que na minha opinião deixou a produção mais atrativa, afinal a cada nova informação de Vivian conhecíamos um pouco mais do jeito daquela mulher que parecia enxergar o mundo de uma maneira toda especial.
Quem gosta de documentários mais dinâmicos, com certeza tem que dar uma chance para “A fotografia oculta de Vivian Maier”, eu o assisti como parte do meu esforço para conhecer um pouco mais das produções indicadas ao Oscar e não me arrependi. Gostei muito do resultado final e da forma como é revelada a verdadeira personalidade de Vivian, não se importando com a possibilidade sela ser vista tanto como uma artista, quanto como uma babá ou apenas uma pessoa solitária.
Escrito por Fábio Campos
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