Robert De Niro era um ator que não permitia filmes ruins, um melhor que o outro desde o blockbuster arrebatador até um que só críticos poderiam entender e gostar. De um tempo para cá o ator parece ter parado no tempo e deitado em um colchão confortável de mediocridade e poucos desafios, fato que não se prende somente a De Niro e sim a boa parte dos atores veteranos que tem buscado conforto ao invés de desafios.
Indo em direção oposta a isso, atores na casa dos 35 a 50 têm buscado desafios ou mudanças de rumo, vide Bradley Cooper, Christian Bale e o novo BOM ator Matthew Mcconaughey.
Cooper e Bale namoram às vezes com um blockbuster aqui e acolá, Mcconaughey abandonou as comédias românticas e filmes que só mostram o moço sem camisa ou sendo aquele “pseudo rebelde” que toda mulher sonha, para ser um ator sério.
Se Matador de Aluguel, um verdadeiro soco no estomago e ALTISSIMAMENTE recomendável, mostrou um Mcconaughey fazendo um assassino frio, O Clube de Compras de Dallas desafia o corpo e limite do ator ao mostrar a história de um cafajeste texano que se vê em um momento delicadíssimo ao descobrir que foi infectado com o vírus da AIDS.
O que é visível em Matthew Mcconaughey é a sua evolução como ator e também o seu talento para servir de “escada” para que outros brilhem, basta ver as cenas com o ótimo Jared Leto – surpreendente no papel de um travesti e candidato forte ao Oscar de Ator Coadjuvante – e tudo isso em um filme que apesar de carregar em seus genes a tal “redenção” amada pelos americanos tem um clima triste e de questionamentos sobre preconceitos, decisões e vida.
O Clube de Compras de Dallas é um bom filme e com qualidades necessárias para prêmios, porém, o que vale premiar mesmo é a decisão de Mcconaughey de largar o cinema sem cérebro e vazio para abraçar personagens complexos e diferentes, sempre mantendo o nível alto.
Escrito por Rodrigo Moia
0 comentários:
Postar um comentário