Eu vou dizer, esse cinema nacional está cada vez mais me dando orgulho. Ele está conseguindo criar temas, fugir do lugar comum e se arriscar em novos territórios, saindo daquele universo de mulher pelada e favela que tanto exploramos. “Hoje eu quero voltar sozinho” é um dos exemplos disso.
O filme não é uma obra prima, eu achei o enredo meio empacado, e em alguns momentos parecia que queria encher linguiça, mas mesmo assim gostei da aposta. Ele soube ser polêmico sem explorar nada. Imagine só, a história pisa num terreno complicado: é a relação homossexual na adolescência e ainda entre um garoto cego com outro que é o ‘gato’ da sala. A junção de tudo isso poderia ser um desastre e render várias criticas, porém o que eu vi foi diretor Daniel Ribeiro explorar o tema de uma maneira natural e sensível.
As cenas que podem chocar são poucas, porém foram suficientes para explicitar o carinho e a tensão que existia entre os protagonistas. Não foi preciso um beijo para explorar isso e nem mesmo uma cena de sexo mais ousada. Não falo isso repudiando filmes que fazem uso desse recurso, mas acho interessante o foco não ser esse. Acho que nesse caso deu mais vazão ao sentimento.
Escrito por Fábio Campos
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