Matthew McConaughey é um grande ator. Bem, isso há alguns anos seria uma afirmação que beira a heresia, afinal, os grandes papéis dele estavam ligados a comédias românticas, que apesar de boas, só davam a impressão que ele era um ator limitado, coisa que quem viu, por exemplo, “A Mão do Diabo” sabia que ele não era.
A confirmação veio nesse último ano com dois personagens maravilhosos no filme “Clube de Compras Dallas” e na série “True Detective”.Essa percepção de mudança de atitude do ator já estava presente quando ele fez o estranho “Killer Joe”, um filminho interessante e que chamou a atenção pela bizarrice do seu personagem.
Em “Amor Bandido”, o filme em questão, podemos ver uma espécie de laboratório para o seu personagem de “True Detective”. Apesar de não ser uma cópia fiel, podemos ver alguns relances que lembram muito o detetive Rust Cohle.
No filme dois garotos se deparam com um fugitivo chamado Mud interpretado por Matthew McConaughey, um cara com uma pinta de descolado que lembra um pouco aquelas caras com pinta de “bad boy” que mesmo com aspecto sujo tem um charme.
O longa tem um rumo interessante com uma trama que parece um drama trincado e evolui até uma ação agressiva.
No elenco de apoio temos a Reese Witherspoon, tentando emplacar no papel de gostosa, mas que simplesmente não funciona (na minha opinião ele não tem esse perfil). Em papeis menores temos o ótimo Michael Shannon em uma aparição bem curta e Sam Shepard também aparecendo com um homem do sul em decadência, que tem muitas semelhanças com o papel de McConaughey, porém podemos ver que o rumo da sua vida o levou para um lado mais família. Ainda restam Tye Sheridan e Jacob Lofland, que interpretam os garotos e que acabaram dando uma áurea meio anos 80 filme. Eu fiquei, dentro das devidas proporções, com a impressão que esses personagens poderiam ser uma espécie de personagens do clássico “Conta Comigo”, mas com um tom bem mais violento e sombrio.
Fica aqui uma opção para quem deseja assistir um filme de ação com um fundo mais cheio de suspense e que lembra um pouco a atmosfera de “True Detective” sem aquele suspense mais bizarro.
Escrito por Fábio Campos
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