Os Rappers não são fãs de expor as suas dores, salvo Eminem que sempre prezou por jogar suas feridas ao vento, a maioria prefere se manter fechado e mostrar mais o que ganhou e quantos matou do que dizer que está sofrendo.
Depois de uma carreira recheada de bons discos, quem não ouviu Illmatic? It was Written ou Hip Hop is dead? Por favor, vá atrás, pois são valiosas lições sobre o Rap. Nas volta com um disco denso, tenso e extremamente pessoal. Em Life is Good o rapper abre o jogo literalmente sobre a sua separação da cantora Kelis, fato já demonstrado na capa com o cantor segurando o vestido de casamento da sua ex.
No Intruduction e Loco Motive já abrem bem o disco, com batidas fortes típicas de um low rider andando de maneira lenta e típica de filme de gangster dos anos 90, do outro lado Queens Story mantém aquele ar de poeta de rua, com letras rápidas, rimas espertas e agindo em favor do povo do Queens.
Ai vem Daughters... Que perola é essa? Onde que Nas guardou tanta rima boa e batida marcante como essas?Ali ele expoe o sofrimento de ser pai solteiro, dá flechadas direta na ex e ainda manda uma música sensível apesar de toda a capa gangsta que a reveste.
Para dilacerar o coração de um rapper durão do Queens, Nas manda a belissima Cherry Wine, uma das últimas gravações de Amy Winehouse, melhor impossível!
Bye Baby finaliza, diz que acabou e joga fora tudo, isso porque Nas diz em rimas garrafais, “Você não confia em homens e isso é culpa do seu pai”, ouch!
E com tudo isso, Nas fez o disco mais sensível dos últimos anos do hip hop e por isso talvez o mais corajoso, Life is Good entra direto na lista dos melhores do ano.
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