Quer conhecer melhor os indicados ao Oscar desse ano? Então nos ajudamos, neste post você encontra a resenha de todos os filmes e se quiser deixa nos comentários sobre quem deve vencer na categoria melhor filme, então vamos lá:
A ÁRVORE DA VIDA
Poucas vezes me senti tão desencorajado a assistir um filme como foi o caso de "A árvore da vida". Todo mundo que assistiu tinha alguma reclamação, sempre apontando que chegava ao absurdo o tanto que era parado e ainda tinha cenas tão confusas que não fazia sentido algum. Então, buscando entender essa revolta toda e a explicação da escolha do filme como candidato ao Oscar resolvi assisti-lo.
O enredo é sobre uma família americana clássica, e mostra as relações entre o filho mais velho Jack e seu pai Mr. O'Brien (Brad Pitt). O filme me lembrou muito “A Árvore dos Sonhos”, um longa estrelado por Kevin Costner com Elijah Wood.
O que irrita em "A arvore da vida" é a parte artística, sério mesmo o Terrence Malick parecia que estava pintando um quadro ao fazer o filme, colocou um fundo de ópera e deixou rolar uns vídeos sobre a criação do Universo, com direito a aparição de dinossauro e tudo, sinceramente isso deve ter um contexto que até imagino qual seja, mas que com certeza espantou muita gente, eu mesmo quase desisti.
Tirando essa viajada toda, a trama sobre a família é interessante, com o pai que quer amar os filhos e a esposa, e ao mesmo tempo tem que ser duro, a mãe que busca agradar tanto, mas não sabe conter e o filho que vive dividido entre o amor e o ódio pelo pai, e uma paixão platônica pela mãe.
Na minha opinião, a explicação por sua presença na lista de melhores filmes é exatamente essa parte artística que agrada em cheio quem tem primor por imagens e fotografia, mas que não agrada ao público em geral.
Escrito por Fábio Campos
CAVALO DE GUERRA
O diretor Steven Spielberg é aquele que sempre primava pela capacidade de trabalhar o lúdico de maneira impar, fazendo com que o espectador tivesse uma eterna viagem na imaginação ou em outros mundos, quando punha o pé no chão jorrava em nossa face verdades, vide Império do Sol e A Lista de Schindler.
Em Cavalo de Guerra o diretor não consegue nem um nem outro, fica no meio termo dando ao projeto uma cara Disney. O começo do filme é recheado de belas cenas, corriqueiro nos grandes épicos produzidos por Spielberg, mas que pela história vazia parecem imagens jogadas ao nada.
O jovem Jeremy Irvine não tem o carisma necessário para carregar o filme nas costas, o que por mais absurdo que possa soar, o destaque fica para o CAVALO, isso não é uma piada.
O destaque que salva e não deixa o filme devendo são as ótimas cenas de guerra, que ali fazem o diretor do “cinemão” brilhar e leva o espectador a perceber porque Spielberg sempre foi o maior criador de sonhos de Hollywood.
Não é um clássico, alias adentra a categoria de escorregões por causa do seu visual Disney, mas vale por um projeto leve e família.
Escrito por Rodrigo Moia
O HOMEM QUE MUDOU O JOGO
Sim, é clichê. Quem esperava que um filme de esportes com um líder (mesmo sendo interpretado por Brad Pitt) seria criativo, no mínimo nunca ligou a televisão na Sessão da Tarde.
O filme que é bastante técnico, mas que não chega a estragar a trama, afinal simplificando Peter Brand (Jonah Hill) cria um sistema que analisa os jogadores de beiseball e aponta quais vantagens eles tem e quais combinações seriam interessantes para um time campeão. O personagem do Brad Pitt é Billy Beane, um cara que contrata jogadores para os times (algo como o que o Eduardo Maluf e o Rodrigo Caetano) fazem no futebol e basicamente eles pegam um time que está uma porcaria e transformam ele em um time competitivo. Já vimos exemplos assim aqui no Brasil, como a equipe do São Caetano de uns anos atrás.
Bem, voltando ao filme, tenho que destacar que Brad Pitt está muito bem no papel principal. Um adendo sobre esse ator é que acho ele muito esforçado, o cara não usa só a aparência para fazer filmes, ele tenta se inovar e buscar papeis interessantes e diferentes de outros atores que só sabem fazer o mesmo tipo e usar o rosto bonito “COF Tom COF COF Cruise”. Ainda no elenco temos o gordinho Jonah Hill, que está fazendo sucesso com seu jeitão de bobão, sempre dá uma empatia.
Ainda no elenco está Philip Seymour Hoffman interpretando o técnico do time, mas está muito apagado no longa, parece que envelheceu muito depois de "Tudo Pelo Poder". Creio que foi a maquiagem que deixou ele assim, mas mesmo assim fica complicado reconhecê-lo.
Então é isso pessoal, o filme é divertido, apesar de “clichê”, dá para reunir a família e vocês podem assisti-lo sem medo, nem cena de beijo tem, é aquele estilão que algum dia vai passar na Sessão da Tarde mesmo. Para quem for assistir repare como o Brad tá parecido com o Robert Redford no filme, já até falei disso aqui, mas acho que vale ressaltar.
Escrito por Fábio Campos
HISTÓRIAS CRUZADAS
Indicado ao Oscar em três categorias, Histórias Cruzadas conta a história das empregadas domésticas na década de 60, uma época em que o racismo reinava nas ruas de Mississipi e que essas trabalhadoras não tinham nenhuma perspectiva de vida. Porém, Skeeter (Emma Stone), revoltada com as atitudes da sociedade, decide escrever um livro com histórias contadas pelas próprias empregadas, sobre os ultrajes de suas patroas.
As indicações para Melhor Filme, Melhor Atriz (Viola Davis) e Melhor Atriz Coadjuvante (Jessica Chastain e Octavia Spencer) são mais do que merecidas. Aliás, todas as atrizes do elenco estão fantásticas, mesmo as que não foram indicadas. Viola me emocionou muito durante a maioria de suas cenas, e Octavia e Jessica, mesmo com toda a trama triste e revoltante do filme, conseguiram me fazer rir e aliviar a tensão.
O roteiro do filme faz com que o espectador pense sobre a situação dos negros, sobre a posição degradante que eram obrigados a ocupar e também mostra todas as humilhações que as empregadas sofreram das suas ‘elegantes’ patroas. Todas essas mulheres negras são batalhadoras no filme e tem a chance, graças a Skeeter, de colocarem todo o seu sofrimento para fora. Mesmo que anonimamente.
Indico esse excelente filme a todos que gostam de uma boa história, com conteúdo e boas atuações. Histórias Cruzadas está de parabéns, e conseguiu me emocionar fácil, já na primeira meia hora. Use essa trama também para refletir e pensar no racismo do nosso dia-a-dia, que mesmo em menor escala, ainda existe infelizmente.
Texto escrito por Marina Moia
TÃO FORTE E TÃO PERTO
‘Tão Forte e Tão Perto’ nos conta a trajetória de Oskar Shell (Thomas Horn (VI)) em busca de respostas sobre uma chave que achara junto com os pertences de seu falecido pai. Interpretado por Tom Hanks, ele sempre foi o tipo de pai que estimula o filho a ser curioso, a conhecer pessoas novas e a cabeça aberta. Quando o pai se vai, Oskar sente a necessidade de achar a origem da chave para que assim possa permanecer com o pai de alguma forma por mais tempo.
Amei esse filme por diversos motivos. É uma história sensível, com um toque de realidade na sua narração, feita pelo garoto. Aliás, a atuação do menino é de se destacar também. Thomas é maduro, mas não perdeu sua essência infantil, o que deixa sua performance com certo ar de inocência. O longa conta com participação de atores como Sandra Bullock, Max von Sydow (que foi indicado ao Oscar por esse mesmo filme) e Viola Davis (indicada por Histórias Cruzadas). Todos possuem grande química com o pequeno garoto.
Gostei muito também da fotografia de ‘Tão Forte e Tão Perto’, elemento que eu sempre observo muito nos filmes. Nova Iorque é bem retratada e tem um papel importante na jornada de Oscar Shell.
Para quem tem a sensibilidade aguçada e gosta de histórias de amor, esse filme merece sua atenção. Indico para todas as idades e todos os gêneros. Apenas deixe a caixa de lenço por perto.
Texto escrito por Marina Moia
O ARTISTA
O artista é um filme que vai gerar discussão, afinal ele tem toda aquela situação em que você o ama ou odeia, além disso, em uma era em que qualquer soco na cara é feito em 3D. A aposta por um filme em preto e branco, mudo e ainda uma comédia bem leve é arriscada.
O longa mostra a carreira de George Valentin (Jean Dujardin) um astro do cinema mudo, que durante uma entrevista sem querer lança uma nova estrela Peppy Miller (Berenice Bejo), o que ele não esperava era que com o surgimento do cinema falado a sua carreira iria afundar enquanto a carreira da estrela que ele descobriu iria se fortalecer.
Bem, indo direto ao ponto, se você tirar as homenagens e diversas referências que o longa faz ao cinema clássico, realmente é uma história chata e sem nenhum brilho, agora com um pouco mais de atenção aos detalhes e aos pequenos elementos que foram inseridos no filme como a pinta no rosto da atriz para deixar ela sensual, o fiel cachorrinho e a semelhança entre George Valentin e Clark Gable temos uma grande homenagem.
Não vejo "O artista" como um sucesso, pois mesmo no elenco temos poucos rostos conhecidos, os que reconheço são James Cromwell, John Goodman e Joel Murray (o irmão desconhecido do Bill Murray), mas suas presenças são pontuais. Creio que uma das melhores cenas do filme é a que mostra o sonho do personagem principal que brinca exatamente com a falta de som.
Recomendar "O artista" é complicado, e tenho certeza que várias pessoas que forem ao cinema vão sair reclamando, e creio que essa é sua maior dificuldade não é tão simples de ser aceito e já vem para o público em geral com um ideia que soa velha e sem graça, quando na verdade é uma homenagem.
Escrito por Fábio Campos
MEIO NOITE EM PARIS
Antes de começar a critica vou dizer, "Meia Noite em Paris", na minha opinião, é o melhor filme entre os indicados ao Oscar. E olha que eu falo isso com base de quem assistiu a quase todos os seus concorrentes.
A história do filme é simplesmente bonita. Conta sobre Gil (Owen Wilson), um escritor frustrado com sua vida e com tudo que o cerca que de uma maneira mágica consegue conhecer o passado, nesse caso o da França de 1920, a época preferida dele.
Não sei quanto a vocês, mas eu sempre fui um cara sonhador, adoro viajar quando leio algum livro e especialmente quando ele tem passagens históricas fico me imaginando naquela época. Talvez por isso tenha gostado tanto desse longa, outros fatores que ma agradaram é a atmosfera de Paris e a forma como a magia acontece, por várias vezes já imaginei se não existia uma forma de ver o passado de algum jeito e maneira elegante como o personagem do Owen Wilson faz é simplesmente espetacular.
Outras circunstâncias que fazem o filme se muito bom é a forma como o Woody Allen conduz a história. Ele praticamente fez sua uma cópia no Gil, coisa comum nos filmes dele e que pode incomodar algumas pessoas, no meu caso eu achei muito interessante. Um outro fator positivo do filme são as presença de grandes escritores no filme, é muito interessante a forma como eles são retratados e é uma homenagem a literatura, música e as artes, acho que o Woody pegou tudo que ele gostava e resolveu colocar no filme.
Na minha opinião se você quer um ótimo filme para ver entre os candidatos ao Oscar a melhor escolha é "Meia Noite em Paris". Além de bonito, tem um roteiro muito bom que sabe agradar, e não tenha preconceito com o Owen Wilson, afinal é só imaginar que é o Woody Allen, afinal no fundo é.
Escrito por Fábio Campos
OS DESCENDENTES
Matt King(George Clooney) é um advogado de sucesso. Morador do Havaí é herdeiro de uma antiga família de proprietários de terras estando, assim, a poucos passos de fechar a venda dos últimos terrenos herdados, o que lhe renderia um pagamento milionário, mas sua vida vira de cabeça para baixo quando sua mulher Elisabeth (Patricia Hastie) sofre um acidente marítimo e entra em coma. A premissa parece das mais comuns: bem sucedido no trabalho que para alcançar o sucesso pretendido acaba deixando a família de lado e, agora, após o acidente de alguém querido, precisa lutar para reaproximar-se de sua esposa e filhas, certo? Errado. Enquanto sofre para entender a mente de suas filhas Alexandra (Shailene Woodley) e Scottie (Amara Miller), pouco depois de receber a notícia de que sua esposa morreria, descobre que, nos tempos que antecederam o acidente ele fora traído.
Confesso que quando li pela primeira vez a sinopse do filme achei que estava em frente a um drama bobo e tendencioso, mas o filme de Alexander Payn nos surpreende. Não consegui identificar exatamente qual o ingrediente especial do filme, se é a decrescente de humor e drama que sutilmente é proposto no filme, se é sensibilidade tão pontual que cria uma atmosfera de realismo muito bem confeccionada, ou a excelente atuação dos atores, principalmente de Clonney que da vida a um personagem incrível, seja qual for (ou quais forem), alcançou o que pretendia.
“Os Descendentes” é o tipo de filme que, após sair do cinema, te faz sentir aquela pequena amargura dentro de si a cada vez que relembra sua história, mas é isso que lhe faz ser tão interessante, esse poder que tem de te deixar abalar pela história.
“Os Descendentes” é um filme sobre os rumos da vida. É um filme sobre a dor, sobre a família e sobre o amor mas, acima de tudo, um filme sobre a dor e nos mostra que mesmo dela se pode absorver alguma coisa, afinal, apesar de tudo a vida continua.
Se for fã de ação, passe longe. Se gostar de um bom filme de drama com roteiro bem trabalhado e cadência realista, esse filme é para você.
Até a próxima e “mahalo”.
Artigo escrito por Luiz Fernando Pierotti
A INVENÇÃO DE HUGO CABRET
UM CURSO SUPERIOR DE CINEMA.
Não, a frase não é um exagero! A invenção de Hugo Cabret, novo filme do sempre essencial Martin Scorsese é impressionante em vários sentidos.
O primeiro fator a chamar a atenção ao final do filme são as atuações soberbas de Ben Kingsley e Sacha Baron-Cohen, o veterano não precisa provar mais nada, qualquer boa atuação é só enfeite numa belíssima carreira, já o segundo deixa o ranço que os críticos têm por ele, pelo simples fato de ser um comediante, que vale ressaltar um dos melhores da atualidade.
Apesar dos belíssimos efeitos e direção primorosa, o filme se apoia e muito nas atuações, lançando o jovem Asa Butterfield e ainda contando com a quase veterana Chloe Grace Moretz (Olho nela, pois temos ai uma excelente atriz).
Scorsese é o grande merecedor do Oscar por acreditar em projeto ambicioso e por carregar em detalhes que valorizam e muito o cinema, transformando o filme numa viagem de 2 horas pela história da arte.
O diretor conseguiu transformar a fantasia infantil em sonhos adultos, tudo ali é permeado de imaginação e doçura, lógico, que contando com pequenos toques da realidade que tanto fugimos, como uma guerra por exemplo.
Uma verdadeira aula de cinema que temos a obrigação de assistir para aprender um pouco mais...
Texto escrito por Rodrigo Moia
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