Respeito e gosto muito do Tarantino. Acho que tenho muito em comum com ele, não digo fisicamente (apesar de várias pessoas que conheço dizerem o contrário, eheh).
O que dividimos é nosso gosto por cinema: ele trabalhou em locadoras e curte aqueles faroestes antigos, filmes de guerra e clássicos japoneses.
Dentre os seus trabalhos, posso destacar que o que mais gosto é “Cães de Aluguel”, uma obra que considera um marco por ter um texto tão apurado e um elenco que parece todo entrosado. Também gosto muito de “Pulp Fiction” e ”Kill Bill”.
“Bastardos Inglórios” e “Django” para mim são dois filmes que são homenageiam os clássicos. O primeiro é claramente inspirado em “Os Doze Condenados” e “Fugindo do Inferno”, o segundo tem um pouquinho de vários clássicos do faroeste, como “Era uma vez no Oeste”, “Django” e “Três Homens em Conflito”.
Concentrando agora um pouco mais em “Django”, a história do ex-escravo que vai resgatar a amada seria um tremendo de um clichê cheio de cenas de romance e lutas bobinhas na mão de outro diretor. Mas Tarantino soube caprichar na história e inserir tantas referências a assuntos tão distintos que você não consegue deixar de prestar atenção.
No elenco, vale destacar quatro personagens: primeiro Jamie Foxx, que chama a responsabilidade como protagonista e entrega um Django frio e calculista, que começa na história como um inocente e termina como o anjo da vingança; depois temos Christopher Waltz, interpretando uma antítese do seu personagem em Bastardos Inglórios; e por fim a dupla de vilões, o surpreendente Leonardo Di Caprio interpretando muito bem um vilão arrogante e carismático (ao seu modo) e Samuel L. Jackson em um dos papéis mais odiosos de sua carreira.
Vou agora destacar algumas curiosidades do filme. Primeiro a presença do Django original Franco Nero, que aparece na cena da luta de Mandingo e até conversa com a atual encarnação do Django. Outro ponto a frisar é a presença do cavalo de Jammie Fox no filme como a montaria do personagem. Temos também a presença da dublê e colaboradora de diversos filmes do Tarantino Zoe Bell (a mulher misteriosa disfarçada de capanga na fazenda) e por fim a clássica cena final, que à la Tarantino, é uma homenagem a clássica cena final de “Três Homens em Conflito”.
Depois de tudo isso, só me resta dizer que dos filmes que estão concorrendo ao Oscar, e dos que vi até agora (já assisti “O lado bom da vida”, “Indomável Sonhadora” e “Argo”), com certeza Django é o mais interessante. Mas duvido (e muito) que vá ganhar o prêmio de melhor filme - no máximo por Roteiro Original.
Escrito por Fábio Campos
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