Poucas séries tiveram um personagem tão cativante e outsider que nem House! Gregory House, abusivo, viciado, prepotente, preconceituoso... Tantos “elogios” que me perderia aqui tamanha a capacidade do médico em ofender e talvez por isso a dúvida, porque House é o maior personagem da TV dos últimos anos?
Arrisco dizer que só Tony Soprano foi tão forte quanto o médico, pois apesar dos crimes, maldades e mentiras, o líder dos Sopranos sempre foi um anti-herói fabuloso!
As primeiras temporadas foram absurdamente tensas, brincando com a morte e principalmente, fazendo de pacientes cobaias eternas para que House decifrasse o quebra cabeça ali exposto, junto a isso o jogo de sentimentos entre House e Cuddy, que a nada levou, ou o seu principio ou nem isso, de romance com Cameron, que na verdade tinha no Dr.House uma paixão feita à base de admiração e certa veneração retida em pequenos olhares e frases soltas, mas que pouco afetaram o médico.
Dessas duas primeiras temporadas temos um dos melhores episódios da história, em que contando 3 histórias diferentes, House explica todo o seu sofrimento pela a sua perna e a sua dor constante, emocionante para dizer no mínimo.
Um dos fatores mais fantásticos na série é a maneira como o encontro entre médicos e pacientes pode ser explosivo, desde Chase entrando em conflito em relação ao seu passado religioso, como Cameron tratando de um paciente com a mesma doença de seu ex marido, ou um dos favoritos, o episódio em Cuddy tem que ver uma jovem paciente perder uma criança, quando a mesma queria adotar ou ter filhos.
A demissão e saída da equipe, mantendo somente Foreman, fez da quarta e quinta temporadas uma renovação necessária, que acabou culminando em grandes mudanças na vida do House, da morte de Amber, uma ex candidata a vaga na equipe e que se relacionava com Wilson no momento e que faleceu ao buscar House alcoolizado em um bar ou do suicídio de Kutner
Viciado e doente House é internado, como se aquilo fosse salva ló de si mesmo, o ambiente do sanatório na sexta temporada reforça mil sentimentos, entre eles, o amor do médico por Cuddy e a necessidade de por o pé no freio, aqui vale lembrar, que na sequencia dos três primeiros episódios temos a melhor atuação de Hugh Laurie, beirando a perfeição!
O que muitos queriam acontece e o casal Huddy resolve dar uma chance entre as temporadas 6 e 7, o que ocasionou em algo bem previsível, a incompatibilidade entre os sentimentos de Cuddy e o fechamento afetivo de House.
A explosão de sentimentos, principalmente de ódio leva House a fazer o impensável e por isso ser preso e ainda de quebra perder para sempre Cuddy, o que vale lembrar é que a atriz Lisa Eldestein pediu para sair da série por motivos de contrato.
E assim chegamos a 8 temporada, o finale para tudo e com um final bem sugestivo de “Everybody Dies” e teve na relação Wilson e House o ponto alto, sempre mostrando a lealdade e verdade que os dois amigos carregavam sempre, dos episódios é bom sempre prestar atenção nas ótimas atuações que Robert Sean Leonard entregou!
House conseguiu em oito temporadas elevar a qualidade de roteiros e atores, o desafio constante entre pacientes e médicos transformou a série em um marco para a televisão americana.
O personagem se tornou maior que tudo, talvez por carregar em si um espelho que reflete muitas das nossas maneiras de encarar a vida, ou até de desejos reprimidos que teríamos e que gostaríamos de expor ao mundo, pois todos nós temos um pouco da autodestruição, da arrogância e porque não de sentimentos reprimidos.
Dr. Gregory House deixará saudades...
Texto escrito pelo fã Rodrigo Moia, que já está com saudades da série.
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