Das bandas dos anos 80 ainda em ativa a única que talvez busque novos rumos e que até tenha alterado a sua sonoridade mais de uma vez foi o trio
Paralamas do Sucesso.
Para conhecer mais uma das melhores bandas da história, para alguns a melhor do Brasil, faremos um discografia básica com todos os discos, borá lá?
Cinema Mudo- 1983
O primeiro registro de
Hebert,
Bi e
João não é muito animador.
Músicas bobas, letras infantis como Vovó Ondina é gente fina e Patrulha Noturna dão certa vergonha, mas apesar disso, se for dado o tempo necessário o disco cresce e desemboca em ótimas canções como Cinema Mudo, O que eu não disse e a melhor de todas Volúpia!
O passo do Lui- 1984
Sabe aquela prima distante que você vê um dia, é apenas uma menina e uns meses depois ela virou uma bela moça? É isso que ocorreu com os Paralamas entre os discos Cinema Mudo e O Passo do Lui.
Resquícios da juventude ainda aparecem no disco com o clássico Óculos e Romance ideal, mas em sua maioria o material é formado por músicas mais robustas e com formato que seria a cara da banda, vide Ska, Fui Eu, Meu erro e Assaltaram a Gramática.
Selvagem? – 1986
Fora a
Legião Urbana, nenhum artista dos anos 80 cresceu tanto e em tão pouco tempo como os Paralamas do sucesso e a prova cabal disso é o soberbo Selvagem? .
Contestador (Alagados, Selvagem e Teerã), pop (Melô do Marinheiro, Você, Dama e Vagabundo), diferente... São várias as razões para tratar Selvagem como um dos discos mais importantes da história da música Brasileira, para ser mais exato 10 razões!
Bora Bora- 1988
Com a marca ainda do pé na bunda que tomou de
Paula Toller, Hebert entra numa vibe diferente resolve mergulhar em letras mais pessoais como, por exemplo, Quase Um Segundo que pode levar um ouvinte despreparado as lágrimas, Dois Elefantes que apesar de todo suingue é pesada em seu conteúdo.
Ritmos regionais são mais explorados, dá lhe guitarrada, um pouco de forró ali e se bobear ainda podemos achar um Samba perdido em Bora Bora!
Big Bang – 1989
Um pouco mais recuperado, Vianna chama os dois comparsas e comete o melhor disco pop deles até aquele momento.
A mistura de reggae, brasilidades e rock ganha uma nova cara com Polvorá, Nebulosa do Amor e Dos Restos.
Somado a isso o país ganhou duas músicas que podem até soar emblemáticas, Lanterna dos Afogados e Perplexo, a primeira refletia sobre solidão já a segunda foi a melhor definição feito em relação ao governo Sarney.
Os Grãos – 1991
Muda se a década e a sonoridade da banda ganha um viés curioso, saem ritmos brasileiros e entram os batuques latinos e barulhos eletrônicos.
Para muitos um erro estratégico, mas na cabeça do trio um tiro certo no mercado externo, que eles já tinham um grande sucesso graças à coletânea Grandes Êxitos lançada na América Latina.
Apesar do sucesso de Tendo a Lua o disco fracassou em agradar os fãs, uma pena, pois muitos ainda perderam a versão lindíssima de Trac- Trac clássico de Fito Paez.
Severino- 1994
Chico Science,
Raimundos,
Skank entre outros tomavam a cena e deixaram marcas indesejáveis na geração anos 80. O vocalista
Dinho caiu fora do
Capital Inicial,
Renato Russo resolveu suavizar mais ainda o som da Legião Urbana em O Descobrimento do Brasil e os
Titãs perdiam a mente pensante de
Arnaldo Antunes...
Somado a isso a arrogância tomou conta do trabalho dos Paralamas do sucesso fazendo com que os mesmos perdessem aquele discernimento necessário para a criação de um disco, isso foi ruim? Não se o disco foi o Severino!
Com a tecla do Foda se ligada, aplicou se nesse novo caldeirão sonoro doses cavalares de vanguarda, MPB, Rock latino e até um pouco de música nordestina.
De Não me estrague o dia indo até Cagaço, tudo em Severino é provocador ao extremo, mais um tiro certo!
Nove Luas – 1996
Cansados das experimentações Hebert, Bi e João rumam de novo ao pop e brilham de forma certeira, com uma pequena dos anos 90. Hits atrás de Hits, Loirinha Bombril, Outra Beleza, La Bella Luna, Busca Vida... É difícil enumerar quais são as melhores, pois a maior qualidade de Nove Luas é a sua uniformidade. Mais um clássico na conta.
Hey Na Na – 1998
À volta e aceitação do pop pelo trio funcionou em Nove Luvas, mas acabou deslizando em Hey Na Na.
Pretensioso demais, cheio de clichês e até de certa forma vazio em termos de conteúdo o disco acaba virando uma grande confusão. Mesmo assim gerou algumas boas canções como Depois da Queda o coice e Ela disse Adeus, mas nada que pudesse salva lo de um naufrágio criativo.
Longo Caminho- 2002
Apesar de toda alegria e felicidade que espalhava em seus shows e registros uma coisa impensável atingiu Os Paralamas do Sucesso, o acidente de ultraleve de Hebert Vianna e o falecimento de sua esposa Lucy deixaram marcas profundas em tudo.
Uma paralisa em suas pernas, problemas de memória recente e até um desgaste na voz de Hebert adiaram e dificultaram a gravação desse disco.
O fim?Não, pois usando a inteligência a banda se apoiou no rock cru e se despiu de músicos de apoio e gravou um dos melhores registros da carreira do trio.
Longo Caminho, Soldado da Paz, Flores no Deserto, Seguindo Estrelas, Calibre e tantas outras transformaram essa “volta” na melhor das “voltas” do rock nacional.
Hoje – 2005
Recuperados e fortalecidos a banda retornou com Hoje, uma espécie de disco confirmação que o trio ainda estava forte e que teve o seu grande erro ai. Uma banda do quilate do trio não precisava naquele momento provar nada e isso só prejudicou o andamento do projeto, deixando ele até certo ponto esquizofrênico.
Rock com
Andreas Kisser, World Music com
Manu Chao e
Dub com
Marcelinho dalua é legal quando se tem um direcionamento fato que não teve nesse disco. Uma pena, músicas excelentes como 2A, Ao Acaso e Deus Lhe pague ficam perdidas no meio de tanta confusão.
Brasil Afora – 2009
Como o nome já diz, o disco é uma volta às raízes, funciona? Sim, pero no mucho. Tem ali boas canções como A Lhe esperar, Mormaço e Sem mais Adeus, mas na soma final o que recebemos do trio é um disco desnivelado, o que é uma pena, pois tinha tudo para dar certo!
Coletâneas:
Arquivo: Vale pela excelente Caleidoscópio e pela nova versão de Vital e sua moto.
Arquivo II: Curto e tirando muitos clássicos da segunda metade da carreira do trio só vale pela bela balda Aonde quer que eu vá.
Ao vivo:
D: Ao vivo no festival de Montreux temos uma banda em chamas basta ouvir Ska e Óculos! Um clássico! Vamo batê lata: Vale mais pelo EP que contém os clássicos Uma Brasileira e a polêmica Luis Inácio (300 picaretas).
Acústico MTV: Ousado e diferente, o acústico funciona como tapa na cara de uma geração acostumada com o formato repleto de hits requentados. Dá lhe lados B e covers excelentes!
Uns dias ao vivo: Banda renovada e fortalecida com vários convidados só poderia dar certo!Vale principalmente pelas participações de
Black Alien e
Frejat!
Multishow Ao vivo: Um registro ao vivo totalmente desnecessário e muito amarrado, não deixando a banda livre para fazer um bom show.