Quando soube que Noé foi um dos filmes mais vistos no ano, não entendi muito bem qual o motivo, afinal a história além de conhecida, já foi retratada outras vezes, pensei que talvez um dos motivos fosse o elenco, recheado de bons atores, como Russel Crowe, Jennifer Connelly, Anthony Hopkins e Emma Watson e ainda todos sob a direção do competente Darren Aronofsky diretor do interessante Cisne Negro, o meu último palpite era de que talvez o longa tivesse uma pegada de ação mais forte e talvez isso ajudasse. Pois bem, resolvi nas minhas férias parar de teorizar e entender porque Noé foi tão bem aceito pelo pessoal que vai ao cinema, mas tão renegado pela critica.
A história como quase todo mundo já conhece nos apresenta Noé, interpretado pelo canastrão do Russel Crowe, recebe mensagens do “Criador” (em nenhum momento pelo que me lembro é citada a palavra Deus, posso estar enganado, se estiver me corrijam) que o mundo está cheio de pecados, e que a purificação deve ser feita através da água, e que por conta de sua fé e dedicação Noé foi escolhido para salvar as espécies da Terra. A partir daí o longa se desenvolvendo, mostrando elementos e personagens como Matusalém (Antony Hopkins) o avó de Noé e seu conselheiro, os seus filhos que tem de aceitar o fardo de que serão os últimos homens da terra, e o vilão da trama Tubalcaim (Ray Winstone).
Bem como disse a minha curiosidade pelo filme era grande, porém a minha expectativa era bem baixa, quando a história foi se desenvolvendo e aparecem figuras como os gigantes de pedra, ou alguns animais bizarros, levei na base da interpretação, assim como aquele exercito que fica cercando a arca, mas só resolve atacar um segundo antes da chuva, tudo isso para mim pareceram elementos de filmes estilo “300”, e entendi que proposta era essa mesmo, por isso desconsiderei já levando em consideração que o filme teria uma pegada mais fantástica, Porém eis que lá pelas tantas o longa começa a dar ares mais filosóficos, com Noé se debatendo sobre o futuro da humanidade e com atitudes que achei bem toscas para a grandeza que buscavam dar ao protagonista, como disse alguns posts atrás sou católico, e acho que de certa forma aquela postura de um personagem bíblico agindo de uma maneira que mais me lembrava a um extremista, me incomodou, até mesmo o dilema por ele vivido se deve ou não cometer um assassinato para agradar o “Criador” achei bem desnecessário ao que o filme estava se propondo.
Bem não entendi ainda o que agradou tantas pessoas, em especial aqui no Brasil, aonde o filme se saiu tão bem, além de ser longo demais, ele tem uma história que todo mundo já ouviu, e não tenta ser mais do que é, para mim ele funciona muito bem como um filme de ação com fantasia, porém ele tenta crescer e ao fazer isso destrói o protagonista e suas ações, deixando pelo menos ao meu ele com uma sombra mais egoísta do que heroica ou salvadora.
Nota do Fábio Campos - 6,0
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