Ser Caetano Veloso é um fardo enorme, pois carrega louros de vitórias antigas e criticas pelo momento de marasmo.
No começo dos anos 90 Caetano começava a ser contestado, onde estava aquele líder musical que brigou contra a ditadura? Será que ele se escondeu atrás de programas da globo? Ou ele foi parar embaixo da geração pop rock oitentista?
Caetano aproveitou os anos 80 para respirar e buscar inspirações, Velô (1984) mostrava um “Caê” namorando com a rebeldia “roqueira” que seria resgatada muito tempo depois no trio Cê, Zii e Zeê e Abraçaço ou até com o pop em Uns (1983).
Os anos 90 foram o resultado de somatória dos “Caetanos” 60, 70 e 80, pois traz um músico de peito aberto, sem medo de balas ou rosas e abrindo os trabalhos com Circuladô.
Fora da Ordem abre o disco sendo múltipla, é o poeta critico o artista completo e o ser sem medo de ser Caetano Veloso.
Caetano parece não temia ser agressivo num momento e de uma doçura enorme em outro ao proferir uma coisa linda tipo Boas vindas ou mandar dançar com Neide Candolina.
Quando cai para agressividade, o cantor destila o veneno da fantástica o Cú do Mundo quase que vislumbrando o Brasil que viveríamos em 2014.
Circuladô é um retrato perfeito de Caetano Veloso, seja para seus detratores chamarem-no de ambíguo e arrogante ou para que os seus muitos amantes o idolatrem pela genialidade, mas de qualquer forma, o que fica desse registro são sua urgência e capacidade de não passar incólume a uma boa audição.
Escrito por Rodrigo Moia
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