Sou fã de faroestes e com certeza um dos meus preferidos, senão o meu preferido é “Os imperdoáveis”. Com uma trama bem construída, atores em grande forma e uma trilha sonora muito bonita, esse filme me conquistou e por isso me animei em ver uma versão oriental do longa.
Antes que alguém critique a falta de criatividade dos japoneses, é importante voltar no passado e lembrar que muitos dos faroestes que fizeram sucesso há décadas, tiveram inspiração nos longas japoneses. É o caso por exemplo de "7 homens e um destino" que foi claramente baseado no clássico “Os sete samurais”.
Feita a minha defesa, vou partir logo para uma análise do filme, que teve nas mudanças culturais, as maiores diferenças com o original. Se no filme americano a história se passa naquele Velho Oeste sujo em que poucos locais tinham lei, na versão oriental temos o declínio dos samurais e a era Meiji como fundo histórico, um ambiente perfeito na minha opinião.
O protagonista é um antigo guerreiro chamado Jubee Kamata, interpretado pelo talentoso Ken Watanabe. O filme, assim como a versão de Clint Eastwood, mostra o protagonista como um homem que sofre pelos crimes do seu passado e que tem uma vida humilde com os filhos, que é interrompida com a chegada de um velho companheiro de batalhas. Novamente a necessidade de comida, faz com que Jubee aceite um trabalho de matar alguns homens que retalharam uma prostituta.
Bem, quem viu a versão original, deve perceber que não houveram muitas mudanças, porém o ambiente cultural influencia bastante nos personagens, e até mesmo nas ações dos mesmos. Diversos são os momentos em que se percebe costumes e reações adaptadas a tradição do local. Outro detalhe são as paisagens lindas.
A cena final, que para mim é um marco do cinema foi mantida, porém é bem mais agressiva e vai lembrar para muitos um estilo Tarantino. Se a versão americana apostou numa linguagem mais redentora, os japoneses quiseram trilhar um caminho mais obscuro.
Não achei brilhante, pois faltaram muitas cenas que gosto no original, em especial a construção do xerife da cidade, papel tão bem defendido por Gene Hakman no original, e aqui com um ator bem mais fraco. Além disso, diversas cenas com diálogos muito interessantes foram cortadas. Vale a pena para quem, como eu, assistiu o original e quer dar uma conferida. Quem é fã da história do Japão também vai gostar.
Escrito por Fábio Campos
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