Fui fã do primeiro Robocop, várias foram as vezes que gastava meu tempo revendo filme só pra ver cenas clássicas como a morte dele, ou quando finalmente ele se vingava dos seus assassinos. Além disso, adorava os efeitos especiais daquela época, como quando era mostrado somente o rosto humano do Robocop enquanto tudo em volta era uma máquina.
Esse reboot, mesmo que dirigido por um brasileiro, o competente diretor José Padilha, do bom Tropa de Elite e do ótimo Tropa de Elite 2, não me atraiu muito. Na época em que saiu nos cinemas vi que a crítica estava bem dividida e então resolvi esperar a poeira baixar e ver com a cabeça mais fria o que achava.
Primeiro devo dizer que o cânone do original continua lá, existe o policial correto Alex Mupry, agora interpretado por Joel Kinnaman, que também é quase morto, a cena do ataque a ele é menos brutal que no original, porém não têm como não se desesperar com o momento em que é mostrado o atual estado do corpo dele, eu imagino a sensação de descobrir que você se transformou em uma máquina.
Gostei muito da forma como a história foi construída, os personagens do Michael Keaton e Gary Oldman estão muito bem, o do Samuel L. Jackson é interessante mas tem um jeito meio parecido com outro de Tropa de Elite 2, até mesmo no tom popularesco. Os outros atores estão muito caricatos: Jackie Earle Haley como o soldado fodão não convence e fica muito caricato, já Michael K. Williams é quase apagado e parece que teve cenas cortadas.
Em relação ao roteiro, como disse ele é muito bom e interessante, porém na reta final ele acelera demais a história. Parece que precisa fechar todas as pontas soltas e tudo tem que acontecer logo, então personagens que prometiam muito quase nem têm tempo de tela e conflitos que prometiam uma profundidade maior caem no básico mocinho e vilão, quando poderiam facilmente ser desenvolvido mais.
Eu não acho que é uma perda de tempo, porém ainda prefiro a versão original, que tinha um pouco mais de ação e drama e um roteiro mais linear.
Escrito por Fábio Campos
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